Você, meditador: um ser muito especial
Afinal de contas, qual é o espírito interior de um meditador?
Como se reconhecer como sendo um buscador espiritual?
E se eu disser para você que o meditador é alguém que traz uma “ferida” ancestral, existencial?
Uma ferida que não é apenas fruto de seus traumas ou percalços da sua vida pregressa?
Uma dor que permanece, e que parece não ter cura nem mesmo quando as coisas “vão bem lá fora”?
E se eu disser para você que o meditador é alguém cuja ferida despertou nele uma abertura especial, que o impulsiona para “contestar” o sentido da vida?
Que o instiga para contestar não apenas tudo o que ele aprendeu até então, mas especialmente, contestar “como” ele tem aprendido as coisas que aprendeu?
Especialmente, o meditador questiona: o que fazer com todo o aprendizado que mais parece um fardo inútil em minhas costas?
Como fazer esse fardo ganhar um novo sentido?
E se eu disser que o meditador é um ser especial, dotado de uma abertura singular, que lhe permite um salto instintivo, quântico, mirando um novo universo de realidade onde “aprender” adquire uma conotação totalmente diferente do que ele conheceu até então?
E se eu disser que esse ser especial que eu descrevi acima é justamente você?
Em termos muito simples, o meditador é alguém que foi levado a entender que para chegar ao conhecimento que ele tanto busca, é necessário uma abertura diferente que possa lhe conduzir a um caminho também diferente de tudo o que ele viveu até então.
Comparo essa abertura ao reinstalar de um sistema operacional num computador. Para restaurar o seu computador, temos que “re-ensinar” a máquina como “pensar novamente”, não é assim?
No caso do meditador, acontece algo muito parecido: ele é alguém que sente claramente – por vezes é um sentir muito doloroso – que tudo aquilo que ele “aprendeu” até então já não lhe serve mais…
Intuitivamente, ele parte em busca de resgatar um novo aprendizado: ele traz uma intuição muito pura de que isso é possivel…
Sim, ele enxerga ser possível um aprendizado que tem a ver com o aspecto mais essencial do seu Ser.
O meditadot é alguém especial, que sai em busca de uma ponte que torne possível recriar essa conexão que ele sente como “perdida”…
A sensação da “perda’ é a força motriz no coração de um meditador…
Sim, o meditador é alguém que se vê sentado às portas de algum tipo de paraíso perdido: ele é dotado de um vislumbre interior desse paraíso perfeito, onde as fraquezas e dores humanas não conseguem macular a realidade pura ali existente…
O meditador é alguém capaz de entender que é assim que tem de ser e que isso faz parte do processo: viver essa perda, e ao mesmo tempo, vislumbrar as portas do paraíso….
Aos meditadores que estão vivendo essa fase, eu digo: comece a olhar a si mesmo com total amor e carinho.
Perceba o quanto a sua jornada tem sido especial, única, singular e extraordinária.
Recupere esse olhar ancestral que resgata em você a verdade que existia antes da vida imprimir tantas dúvidas e dores na sua mente.
Talvez esse olhar venha a ser o primeiro olhar verdadeiro que você lança diante de si mesmo;
De posse desse olhar, de agora em diante, você reencontrou seu melhor amigo.
Quer saber como é possível harmonizar a luz e a dor no caminho espiritual? Acesse o próximo post “O Caminho do despertar espiritual: a luz e a dor”