Técnicas de meditação para os corpos superiores.
Esse artigo é uma continuidade do que comentamos no post “Como praticar técnicas de meditação segundo a função de cada exercício”.
Agora vamos falar um pouco mais sobre espiritualidade: isso envolve ampliar seu conhecimento sobre os corpos mais sutis que são o Energético, o Espiritual e o Cósmico. Quero que você entenda um pouco mais a respeito de como se comportam as técnicas de meditação para esses três níveis do nosso Ser: que são os níveis mais elevados da nossa constituição enquanto entidades de forma humana.
Evidentemente que são dimensões onde a iniciação direta se faz necessária. O motivo é muito simples: trata-se de processos onde se exige um aprofundamento muito grande da sensibilidade e da percepção relativas à vida mais sutil. É isso que define o teor da espiritualidade – e pelo fato de se tratar de dimensões onde a maturidade de consciência interferem na qualidade da experiência, fica muito difícil padronizar relatos ou criar normatizações.
Sobre perceber as realidades mais sutis.
Quero que você perceba que, quando estamos tratando de tomar consciência de nossas experiências no que se refere às relações corpo-mente-espírito, é muito mais fácil perceber o que acontece no nosso corpo, na nossa emoção, no nosso mental ou no nosso campo sistêmico. Por isso é que eu dei tantos exemplos de técnicas de meditação para essas dimensões do Ser em nosso artigo anterior “Como praticar técnicas de meditação segundo a função de cada exercício”. O que acontece na dimensão do corpo, das emoções ou sensações são de fato experiências muito tangíveis para a maioria das pessoas tal como você pode conferir no post.
Porém, quanto mais nos aprofundamos na espiritualidade, acontece que começamos a nos abrir para um mergulho cada vez mais sutil… e no que se refere ao corpo prânico, ao corpo espiritual ou ao nosso corpo cósmico (o grande registro Akáshico) nada é assim tão tangível – e a experiência se apresenta de uma forma muito mais inefável.
É quando fica cada vez mais difícil descrever experiências e fenômenos.
É o momento em que acontece um salto: e é nesse salto que o ensinamento deve ir além, deve ser guiado por experiências diretas que é como fazemos durante os meus cursos.
Existem ensinamentos secretos?
Quero que você entenda que não existem “ensinamentos secretos”no domínio da espiritualidade: o que existe é sempre um cuidado muito amoroso na hora de conduzir os ensinamentos para que não se crie “ruído”.
Chamo de “ruído” quando, durante um ensinamento sobre espiritualidade e meditação, acontece que uma abordagem mal conduzida pode acabar criando espaço para que a nossa mente ou nossas emoções se “apropriem” das experiências transcendentes.
Sim, a espiritualidade tem uma linguagem própria e nem sempre a mente ou as emoções conseguem dar conta de digerir o que está sendo “dito”…
É muito comum que, durante uma experiência mais sutil, a mente comece a tirar conclusões ou as emoções entrem num fluxo desordenado: é algo que acontece com todo mundo que pratica meditação. O praticante precisa ser bem orientado para saber como lidar com isso.
Não tem problema quando isso acontece: na verdade, faz parte da natureza do fenômeno de meditar. Porém, o “ruido” acontece quando a apropriação acaba obscurecendo o conhecimento real da natureza dos planos mais sutis que correspondem ao vital, do espiritual ou ao cósmico. É quando a mente tira conclusões apressadas ou as emoções inundam a cena trazendo catarse ao invés de transe lúcido.
Ensinamento secreto, nesse sentido, é meramente um cuidado para conduzir cada processo para seu melhor desdobramento.
Todos podem conhecer esses segredos?
Evidentemente que sim. Todos esses planos mais sutis que são o nosso corpo Energético, Espiritual ou Cósmico podem ser conhecidos; melhor dizendo: podem ser reconhecidos.
Quando falamos em “conhecer”, parece que é algo que não existia em nossas vidas anteriormente. É como se entrássemos em contato com algo novo e que antes não nos pertencia – mas o fenômeno da meditação não é assim: ele está muito mais próximo da sensação do “reconhecer”.
Quando falamos em “reconhecer”, mostramos a verdadeira face da iniciação, que é como um salto quântico que desperta dentro de cada um e que mais se assemelha com uma forma de recordação daquilo que já somos.
É como se fosse uma reconquista do nosso Ser real através de uma lembrança plena do que somos interiormente.
Reconhecer, relembrar, recordar: eis o melhor Caminho para trilhar os segredos das realidades mais sutis.
É retomar o sentido do que descreve Santo Agostinho sobre a reconquista daquilo que eu “tinha” mas que eu ainda não “era”.