O caminho do despertar espiritual: a luz e a dor.

zen, meditation, stones-8572814.jpg

O chamado interior que nos leva ao despertar espiritual. Aprender meditação para o despertar espiritual não é uma tarefa comum: por mais que a gente encontre posts e cursos querendo “desmistificar” a meditação, a verdade é que o aspecto atraente de meditar vem precisamente da vida mística que desperta. O meditador é alguém em busca de uma nova vida, de um despertar espiritual: ele sente dentro de si o poderoso chamado do renascimento interior.  Algo muito forte dentro de si o impulsiona a prosseguir: no fundo, nem ele mesmo sabe porque… mas existe “algo” dentro dele que “sabe”! A vida mística é feita dessa certeza silenciosa. Nesse silêncio, sabemos que existe um “porque”, mesmo que ele não seja claro, mesmo que ele não seja passível de descrever em palavras. Esse impulso silencioso é determinante e transformador.  É diferente de tudo o que o meditador já havia sentido ou buscado anteriormente. É justamente essa diferença que torna o caminho ainda mais intrigante. Não se deixe capturar pelas armadilhas da mente que insiste em “desmistificar” a vida: a vida é puro mistério. Mergulhe no mistério!  Um Caminho que é só seu. Contando apenas com a sua intuição maior, o buscador segue o seu chamado. A princípio, esse chamado se apresenta como algo confuso, difícil de ser decifrado. O buscador se sente como um “peixe fora d´água”: ele olha à sua volta e não encontra uma resposta para seus sentimentos. No despertar espiritual, ele se sente diferente de todos, não se encaixa mais em nenhum lugar, não se identifica com mais nada, as coisas comuns perderam a graça para ele… Esse sentimento de desilusão com o mundo acontece porque nessa fase, o buscador ainda não sabe que está buscando a resposta certa no lugar errado: sim, a resposta não está nas suas atribulações diárias e nem nas promessas da “meditação fast-food”.  Na verdade, aos poucos, ele entenderá que, de certa maneira, o que ele deve buscar não é exatamente uma “resposta” pronta: ele deve buscar trilhar um novo caminho. A novidade desse caminho do despertar espiritual é que ele é só seu. Exclusivamente seu. Ninguém poderá trilhar o caminho  no seu lugar. Nesse momento, o buscador consegue olhar para trás e vislumbrar que até então, ele tinha apenas caminhado o caminho dos outros… Caminhos que lhe foram impostos e que não eram seus de verdade… A intuição e a mensagem do despertar espiritual  Aos poucos, conforme o meditador caminha, a mensagem vai se tornando cada vez mais clara, tal como uma voz que sussurra em seus ouvidos: “sim, existe um caminho, não são apenas sonhos ou ilusões”. Aprender meditação é de longe a tarefa mais instigante, apaixonante e maravilhosa que alguém pode empreender durante essa conturbada jornada em nosso planeta de expiações e de provas.  Faz parte dessa jornada – diria, é a parte principal – justamente saber como encontrar e vivenciar o mistério: é a sacralidade do mistério que nos inclina a aprender meditação.  O despertar espiritual não se cumpre sem o vislumbre do mistério. Isso faz do processo um grande salto: é o salto para abrir a própria intuição num nível que estava adormecido. Na voz da intuição, ouvimos a mensagem clara indicando o caminho a seguir. A princípio, essa voz é tênue e nos deixa cheios de dúvidas. A resposta para fortalecer essa voz interior e decifrar a mensagem de forma tão clara quanto a luz do dia é simplesmente… caminhar! Não existem regras prontas e nem garantias de que as coisas vão dar “certo” ou vão dar “errado”. Mesmo essa dualidade precisará ser esquecida… Desprendimento com responsabilidade são as bases para esse momento do caminho. Despertar espiritual: honrar a dor e a luz. Raramente conheci místicos que não tenham passado por grandes dores nas suas vidas.  A dor é parte integrante do processo.  Reconhecer e honrar a dor é o início de uma grande libertação.  Com mais de trinta anos mostrando como aprender meditação, é com essa visão que eu me coloco para aconselhar você que está lendo esse post. Meditar é um profundo mergulho no que temos de mais nobre na condição humana: nunca pode ser meramente “passar exercícios” ou “ferramentas” – aliás, aí está uma palavra que eu não gosto nem um pouco: você não é uma máquina para que eu te mostre como usar “ferramentas”. Ferramentas não são coisas apropriadas para honrar as nossas dores. O ego é o lugar das feridas, das dores, dos desesperos e das desilusões. Somente um vislumbre capaz de ir além do ego poderá conduzir o buscador nessa fase do caminho. Porque tem sido tão difícil lidar com o ego no mundo em que vivemos? Porque aconteceu que a nossa sociedade se tornou um arquivo morto de dores sem nenhum sentido – e a dor é o assunto que mais dá vizualizações e curtidas e o sofrimento alheio é o que mais atrai seguidores e comentários. Prisioneiros de uma perspectiva egóica da realidade que lhes é imposta vinte e quatro horas por dia através de uma vida massificante e burocratizada ao extremo, os buscadores  que desejam aprender meditação trarão para esse campo de aprendizado todos os vícios adquiridos no conturbado mundo da sociedade do ego. Um desses vícios é justamente querer se livrar da dor como se ela fosse um castigo: mas a dor não é castigo! Honrar a própria dor nos faz fortes, serenos e confiantes: quem poderá causar sofrimento a um meditador armado dessas qualidades? Quer saber como se reconhecer como sendo alguém muito especial? Leia o Post “Você, meditador, um ser muito especial”.

O caminho do despertar espiritual: a luz e a dor. Read More »