Ana Rita Simonka Blog

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Como praticar técnicas de meditação segundo a função de cada exercício.

No post anterior “Meditar tem lógica: caminhos restritivos e potencializantes”, eu expliquei que quando o praticante entende a lógica do processo que existe por trás das diversas técnicas de meditação, ele aprende melhor e mais rapidamente. Inclusive, começa a despertar sua criatividade para desenvolver suas próprias técnicas de meditação.

Na minha metodologia, eu demonstro como as técnicas de meditação podem atuar trabalhando com a restrição ou a potencialização de alguma função ou processo natural em cada ser humano. É assim que meus alunos desenvolvem suas práticas de uma maneira muito mais abrangente. Eles se situam melhor assim do que através dos métodos que dividem entre técnicas de meditação ativa ou de meditação passiva.

Agora, vamos prosseguir dando exemplos reais de processos restritivos ou potencializantes no uso das técnicas de meditação. O objetivo mais uma vez é ajudar você a aprender a meditar com segurança e ao mesmo tempo, descobrir como poderá despertar a sua criatividade na criação de suas próprias técnicas de meditação.

Sim, eu sei que propor que cada praticante venha a desenvolver as suas próprias técnicas de meditação pode parecer algo muito avançado, mas… garanto a você que esse é um caminho que está aberto a todos, basta elevar o sua compreensão. 

Vejamos então como as técnicas de meditação podem ser restritivas ou potencializantes segundo a visão da Terapia de Fluxo Dimensional.. A base dessa metodologia é a descrição dos Sete Níveis ou Dimensões do Ser. Cada ser humano é dotado de Sete Dimensões de realidade que se articulam tal como camadas em uma cebola. As Dimensões são as seguintes: 

  1. Dimensão Física que é representada pelo corpo,
  2. Dimensão Energética que é representada pelo corpo prânico ou corpo vital,
  3. Dimensão Sensorial-Emocional que é representada pelo corpo emocional,
  4. Dimensão Mental que é representada pelo corpo mental,
  5. Dimensão Sistêmica que é representada pelos campos sistêmicos (familiar, social, profissional, relacionamentos, etc.)
  6. Dimensão Espiritual que é representada pelo Espírito,
  7. Dimensão Cósmica, que são os registros que representam a intuição profunda da nossa missão de alma e o sentido de viver a vida atual.

Eis um resumo esquemático da Forma Humana de acordo com a Terapia de Fluxo Dimensional (TFD). Vamos agora analisar com exemplos práticos como cada Dimensão pode ser impactada por técnicas de meditação do tipo restritivo ou do tipo potencializante. 

Qual é a natureza do nosso corpo físico? É estar sempre em movimento constante: até quando alguém dorme, o movimento nunca para, você concorda? Então, se você se coloca na tarefa de ficar parado para meditar, isso é um exemplo de caminho de restrição da natureza ao nível do nosso corpo físico. Mas quando você usa dessa mesma natureza – que é movimento constante – para criar as suas técnicas de meditação, então você está atuando para potencializar essa natureza – é o contrário de restringir. Um bom exemplo de potencializar a função natural do corpo seria usar a dança para meditar. Nesse caso, a função da técnica é refinar a função natural do movimento.

O Pratyahara ensinado em nossas aulas de Yoga é um bom exemplo de técnicas de meditação restritivas. Em Pratyahara, a proposta é retirar-se para a interiorização, bloqueando a atenção dos próprios sentidos físicos. Você deve fechar os olhos e também procurar desviar a atenção do que está ouvindo lá fora, inclusive tentando abolir a consciência do que está sentindo em todo o seu corpo: não importa se é frio ou calor, peso ou leveza. Tudo isso são ações de restrição da natureza de cada órgão do sentido. Em Pratyahara, é como se você bloqueasse a função natural dos seus órgãos do sentido da sua capacidade natural que é a função do sentir e do perceber. Visão, Audição, Tato, Olfato ou Paladar devem cessar de causar impressões na sua mente. Ao contrário disso, no caminho das técnicas de meditação potencializantes, a proposta é refinar os sentidos ao invés de bloquear as suas impressões: é o que acontece quando você medita ouvindo música, quando você medita comendo para refinar o sentido do paladar, quando você medita fazendo uso de imagens visuais. São ações onde as técnicas de meditação vão potencializando, purificando e refinando a natureza essencial de cada órgão do sentido.

O mesmo pode ser dito a respeito das emoções: usualmente as técnicas de meditação mais conhecidas acabam por sugerir que a mente deve de alguma maneira se esforçar para tomar as emoções sob algum tipo de controle. Muitas técnicas afirmam inclusive que um “meditador avançado” é alguém que conseguiu “superar” as influências da dimensão emocional na sua mente. Esse é um exemplo muito comum de uso de uma técnica de meditação com uma abordagem restritiva. Pouca gente sabe que é possível trabalhar fazendo exatamente o oposto disso: é o caso de diversas técnicas de meditação tradicionais que fazem uso da criatividade, da música, da dança ou do artesanato com uma função ritual. São casos onde a nossa emocionalidade é trabalhada no sentido do refinamento, da purificação e do desenvolvimento das emoções. 

Pensando agora no nível mental, qual é a sua natureza? Evidentemente que também aqui domina o movimento constante. Até quando alguém dorme o movimento da sua mente nunca pára – e a sua mente entra naquele estado de sonho que vai ao fluxo de movimentos caóticos. Então, se você assume como tarefa praticar as técnicas de meditação que visam parar a mente, isso é um caminho de restrição da natureza do nosso nível mental. Porém, se você usa dessa mesma natureza da mente que é o seu constante estado de movimento para criar as suas técnicas de meditação, então você está atuando para potencializar essa natureza. Estará agindo ao contrário de restringir: por exemplo, seria o caso de você se envolver em alguma tarefa de criatividade com a intenção de meditar .

(Vale notar que mesmo no estado “sem sonhos” – que no Yoga é chamado de Turya – ali também existe movimento de consciência apesar de que parece “não existir nada”. Apenas “parece”: pois eu te garanto que Turya é um portal dotado de plena existência. Acontece que a passagem por Turya se trata de um movimento de consciência de um tipo muito específico, e que não fica registrado nos extratos mentais tal como os demais movimentos comuns da mente humana que ficam gerando impressões da vida corriqueira)

Sim, de acordo com a visão da Terapia de Fluxo Dimensional, a meditação também atua no nosso Nível Sistêmico. Eu posso dar vários exemplos aqui para que você entenda como as técnicas de meditação podem ser restritivas ou potencializantes no que se refere ao campo sistêmico. Obviamente a idéia de que um meditador deve “se isolar do mundo” representa uma técnica de restrição dentro do seu campo sistêmico social. Um eremita ou asceta é sempre alguém que se relaciona com a sociedade pelo viés da restrição. Porém, existe também o caso dos Sufis que geralmente se relacionam com a sociedade pensando em “estar no mundo sem ser do mundo”, ou seja, não focam em restringir seu papel social, mas trabalham para fazer do campo sistêmico uma oportunidade de crescimento da sua espiritualidade. 

Outro exemplo possível para técnicas de meditação que atuam ao nível dos campos sistêmicos é o caso da meditação Vipassana. Vipassana é uma técnica cuja proposta está na pessoa ficar um período determinado sem falar nada. Seu fundamento é dominar a função natural da fala seguindo uma total restrição. A função natural da fala é se expressar constantemente, seja no falar físico que é audível, seja na conversa mental que é inaudível aos outros. Indo no extremo oposto, posso te dar exemplos de técnicas de meditação potencializantes que fazem uso da fala humana e que atuam ao nível dos campos sistêmicos: é o caso das técnicas de meditação que se utilizam de grandes cerimônias de congregação em grupo. Os exemplos mais comuns são o Sama no Sufismo e o Bhakti na Índia. Nessas meditações em grandes grupos sociais, o canto e a poesia mística são uma forma de meditar através do refinamento da fala, potencializando assim a sua função ao invés de restringi-la.

A partir de agora você tem uma visão muito detalhada de como acontece o processo da meditação segundo a função de cada exercício. Então, convido você a praticar uma tarefa que eu indico aos meus alunos: porque não criar as suas próprias técnicas de meditação pensando em termos de sua ação restritiva ou potencializante? Outra tarefa igualmente interessante é classificar as técnicas de meditação que você já pratica de acordo com a sua função. Faça e escreva aqui nos comentários! 

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Ana Rita Simonka

Sou musicista, bailarina e yogini. Deixe eu te conduzir nos segredos da meditação com o uso dos mantras, dos ragas de cura, do sound healing, das danças sufis e da elevação da consciência através da arte.

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